quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Abre Aspas - Fernando Eleuterio
Em sentido horário:
1) Quarto com projeção da televisão
2) Sombra na Móoca (SP)
3) Grafite na parede da Igreja do Calvário (SP)
4) Viaduto sobre Av. 23 de Maio (SP)
5) Alfaiate desconhecido
6) Escada Sesc Odontologia
7) Rua na Móoca (SP)
8) Procissão em Recife (PE)
9) Carnaval de Olinda (PE)
Foto central:
10) Interior de uma casa no bairro da Luz (SP)
PONTO E VÍRGULA - FINANÇAS EM ORDEM
NA MOCHILA - Panela velha não faz comida boa
Já decidiu? Bom, antes de mandar esse insano para onde ele merece, saiba que você fez a escolha errada. Alguns estudos recentes mostram que a experiência não é tão importante quanto todo mundo acha. Mais: ela pode até atrapalhar o desempenho, pelo menos diante de situações novas. E isso vale para qualquer profissão que envolva imprevistos – seja enfermagem, diplomacia, skatismo ou presidência de repúblicas. Sim, Lula, sim, Obama, agora vocês já podem usar a ciência (e a SUPER!) para retrucar quem dizia que vocês, que nunca tinham ocupado cargos executivos antes de ganhar suas respectivas eleições, careciam de experiência para assumir cargos tão altos.
De volta ao hospital: uma das pesquisas mais instigantes sobre o assunto, feita por neurocientistas da Universidade da Flórida, envolvia justamente enfermeiras novatas e veteranas lidando com um paciente à beira da morte. Na verdade, era um robô programado pra alternar sintomas como pressão alta, baixa e taquicardia – e pra morrer se tomasse o remédio errado na hora errada. Um caso capaz de tirar até o Dr. House do sério. E foi o que aconteceu com as enfermeiras: TODAS deixaram o paciente virtual morrer. Mas essa não foi a surpresa. E sim esta aqui: algumas novatas conseguiram manter o boneco vivo por mais tempo que as experientes. Por quê? Simples: as veteranas confiavam no instinto, menosprezando informações básicas sobre as mudanças no estado do paciente – e, apesar de agir com mais rapidez que as novas, erravam mais rápido também. A autoconfiança só atrapalhava. Sabe quando falam que a maioria dos afogados é de gente que sabe nadar? Então.
Na hora de dirigir um carro é a mesma coisa. Um estudo britânico concluiu que os motoristas com mais de 20 anos de experiência costumam olhar no retrovisor de vez em nunca e pisam no freio mais em cima do carro da frente. Depois de anos de volante, os motoristas em geral dão de ombro para os riscos.
Mas e quando o assunto é uma atividade complexa, que exige mais poder da massa cinzenta? Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia mostraram que elas também entram nesse barco. Os cientistas colocaram especialistas em política internacional para analisar situações hipotéticas, como disputas de fronteira, e dizer como elas terminariam.
Tudo pegadinha: os conflitos eram versões disfarçadas de coisas que aconteceram na vida real, como uma pendenga por território entre o Iraque e a Síria nos anos 70. Então os cientistas sabiam que havia respostas certas e erradas para cada análise. Resultado: os experts com menos de 5 anos de experiência tiveram um nível de acerto de 36&, enquanto os veteranos, mais acostumados aos enroscos diplomáticos, só acertaram 29%.
Experiência, então, é uma coisa ruim? Obviamente não. Olhe para os jogadores de xadrez, por exemplo. Mestres internacionais do tabuleiro conseguem lembrar a posição que ele acabou de jogar – os jogadores iniciantes, só 4. E esse tipo de vantagem a favor dos experientes aparece em qualquer profissão. O problema é quando surge um imprevisto – se você colocar peças aleatoriamente num tabuleiro, os mestres ficam quase tão “burros” quanto os iniciantes na hora de lembrar a posição delas. O caso das enfermeiras veteranas do estudo da Universidade da Flórida também ilustra isso. O que aconteceu ali não foi só excesso de autoconfiança, mas a falta de habilidade delas para lidar com o imprevisto. O conhecimento das veteranas, que era de fato maior que o das novatas, se mostrou pouco útil na hora de lidar com um paciente mais problemático que a média (o robô).
Isso vale para todo mundo. Presidentes da República, inclusive. O homem mais experiente no cargo nos últimos tempos foi João Goulart (não estamos falando de idade, mas de vida pública). Antes de ocupar a Presidência, ele tinha sido ministro de Getúlio Vargas e vice de Juscelino e de Jânio. E nem por isso soube lidar com um grande imprevisto: o golpe militar de 1964, que o depôs e o mandou para o exílio. Nos EUA, um dos que tinham acumulado mais mais experiência política antes de virar presidente foi Richard Nixon, que acabou impichado.
Claro que, se experiência não vale tanto assim, não é a falta dela que vai garantir alguma coisa (Certo, Obama?). O fato é que agora a experiência é no mundo real: quem está na UTI é o planeta. O enfermeiro mais importante é pouco rodado. E nós não somos robôs. Boa sorte, novato.
(publicação da revista Superinteressante - Edição 260 - 12 dez/2008; Título: "Panela velha não faz comida boa". Texto: Alexandre Versignassi e Alexandre Carvalho dos Santos. Foto: Marcelo Zocchio; [Essencial], página 31-32.)
Lente de Aumento - 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Lente de Aumento
("Sorriso" em céu do hemisfério sul, quando Vênus e Júpiter se alinharam sobre a lua crescente, na segunda-feira, 1º de dezembro. Crédito: Bullit Marquez/Associated Press).
(Soldado israelense arrasta judias que resistiam à desocupação, ordenanda pela Justiça, de prédio em área disputada por judeus e muçulmanos em Hebrom. Crédito: Sebastian Scheiner, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 5 de dezembro).
Na Mochila - Especial Futebol
O assunto campeão no horário do almoço, jantar, café, o campeão de acessos e zoeiras em sites e e-mails, não ficaria de fora. Aliás, resolvemos falar (muito!) dele logo de cara, até porque, que ano agitado no legado da bola na rede!
E como a gente não espera ano de Copa do Mundo para aproveitar o “corta-luz”, estamos chutando pra marcar!
Neste especial, selecionamos matérias diversas sobre o esporte “paixão-nacional”. Destacamos o acesso do Santo André à série A do Brasileirão (e a contratação de Müller como diretor-executivo do clube), a Bola de Ouro para Cristiano Ronaldo (e o craque na mira da Inter de Milão), uma matéria sobre camisas que fizeram história e outra mais curiosa sobre os batimentos cardíacos durante uma partida.
Também não deixe de conferir o blog do PVC (jornalista esportivo da ESPN), a revista Placar (agora também em jornal de distribuição diária e gratuita), e o site do Rock Gol, o programa apresentando por Paulo Bonfá e Marco Bianchi, na MTV.
E para os ansiosos pela decisão do Brasileirão 2008, uma matéria especial com o repórter Felipe Rocha, da rádio Globo.
*ouça no próprio micro*
Abre Aspas - André do Santos
A sugestão do tema foi do U.O.; ele topou na hora e ainda, ao ser informado do curto prazo para preparação do material, respondeu: “Hari Om, Carol. Hari Om é um mantra muito utilizado no Himalaya entre os yogues. Muitos pensam que é uma saudação comum como se fosse um: oi. Mas, não. Hari Om é desejo de boa sorte, paz interior, devoção ao próximo, respeito, humildade, significa que o Deus que está comigo reverencia o Deus que está contigo...".
Esse é André do Santos. E esse é um pouco além do trabalho dele...
*caso não consiga visualizar, acesse no próprio micro *
VIDA PRÁTICA - Presentes de Natal
Lara Gerin, 37 - RG: stylist
Há 14 anos, Lara vasculha os cantos escondidos da cidade à procura de produtos fashion, que "bombam" os figurinos de artistas. Mora nos Jardins e se joga nas lojas do próprio bairro, mas não abre mão dos achados do Bom Retiro e da rua 25 de Março. No entanto, alerta: "Nesses lugares, há muita cópia e produtos de qualidade duvidosa. É preciso tomar cuidado".
modernete
"Quem comanda esta loja de roupas tem noção de moda. É moderna e oferece produtos de boa qualidade, como bolsas e acessórios. É o feminino básico, mas com estilo." Guelt. R. Ribeiro de Lima, 732, Bom Retiro, tel. 3223-1225. Seg. a sex.: 8h às 17h30. Informações no site http://www.guelt.com.br/.
passagem para a índia
"De uma família de indianos, a loja vende roupas, móveis, esculturas e incensos da Índia a preços convidativos." Nancy India. R. Ribeiro de Lima, 506, Bom Retiro, tel. 3225-9485. Seg. a sex.: 8h às 17h30. Sáb.: 9h às 14h30. Informações no site http://www.nancyindia.com.br/.
underwear
"Ótimo lugar para presentear as amigas com calcinhas para o Réveillon. O preço é bom. Há muita variedade e produtos de qualidade." Depósito de Meias Ansarah. R. 25 de Março, 537/543, centro, tel. 3228-5611. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h.
Wilson Simoninha, 39 - RG: cantor e compositor
(divulgação)
Ele vive, há oito anos, em um quadrilátero entre as avenidas Rouxinol, Santo Amaro, Ibirapuera e dos Bandeirantes. "Para mim, é fundamental morar em um lugar onde se possa caminhar", conta. "Ali é bem arborizado. Só tem casas e, ao mesmo tempo, é um ponto central da cidade." Simoninha diz que, no bairro, encontra tranqüilidade para passear com os seus gêmeos, de dois anos, e as duas labradoras. "Cruzando a avenida dos Eucaliptos, já dou de cara com a Moema das padarias, das lojas, dos restaurantes, dos bares e dos serviços."
preços camaradas
"Um pequeno e simpático espaço que vende roupas esportivas. E, o que é melhor, com boas ofertas a preços de outlet. Há lançamentos exclusivos para adultos e para crianças. Fica no quarteirão da rua Normandia." Emporium Sports & Lifestyle. R. Gaivota, 1.501, Moema, tel. 3473-1770. Seg. a sáb.: 10h às 19h. Informações no site http://www.emporiumdosport.com.br/.
as legítimas
"Para aproveitar a chegada do verão. A loja é exclusiva das famosas Havaianas. Elas adoram." Sandanas. R. Gaivota, 1.471, Moema, tel. 5092-5487. Seg. a sáb.: 10h às 19h. Dom.: 12h às 18h. Informações no site http://www.sandanas.wapnet.com.br/.
pão, vinho e cerveja
"Boa comida, sopas variadas e diversos ambientes. Confira o cardápio de cervejas importadas e a adega de vinhos. Fácil sair dali com vários presentes." Empório Moema. Av. Macuco, 218, Moema, tel. 2101-4000. Dom. a qua.: 6h à 0h. Qui. a sáb.: 6h à 1h. Informações no site http://www.emporiomoema.com.br/.
vale pegar o carro
"Recém-inaugurada, esta loja de presentes importados tem a criatividade e o design como diferencial. Divertida, prática e bonita." Pulepuxe. R. Melo Alves, 383, Jardins, tel. 3081-0606. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 10h às 16h. Informações no site www.pulepuxe.com.br/loja.htm.
Paloma Bernardi, 23 - RG: atriz
(foto Karime Xavier Folha Imagem)
Paloma nasceu e cresceu na zona norte. "Sempre fiz tudo por ali. Freqüentei colégios e aulas de teatro e dança." Atualmente, por conta das gravações da novela "Os Mutantes", da Record, Paloma tem se dividido entre São Paulo e Rio. Quando está na cidade, a atriz faz suas compras no bairro, sem se preocupar com o trânsito que tanto afeta os paulistanos.
na ponta do pé
"Para quem gosta de fazer balé clássico, seja criança, seja adulto. É ideal para comprar roupas e acessórios por preços bacanas. O balé é também uma ótima oportunidade para começar 2009 cuidando do corpo de uma forma prazerosa. O que só a dança pode proporcionar." Geração XXI. Av. Leôncio de Magalhães, 627, Jardim São Paulo, tel. 2950-8188. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 13h.
brinde a 2009
"Aprecio bons vinhos e espumantes. Aqui vai uma dica boa para as festas. O Mailly Grand Cru, que custa R$ 247, um champanhe francês de aroma complexo e paladar sem igual, já está reservado para o Natal e o Réveillon." Ana Import. R. das Macieiras, 21, Casa Verde, tel. 3950-2013. Seg. a sex.: 9h às 18h. http://www.anaimport.com.br/.
cultura para todos
"Vou sempre que preciso de livros de teatro e cinema ou quero presentear alguém com CDs, brinquedos, livros ou artigos eletrônicos e de informática. Tem de tudo, para todos os gostos." Saraiva Megastore - shopping Center Norte. Travessa Casalbuono, 120, Vila Guilherme, tel. 2252-2110. Seg. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 12h às 21h. http://www.livrariasaraiva.com.br/.
ecológico
"São mais de 3.000 itens artesanais, feitos com madeira de reflorestamento e tecidos antialérgicos. A loja conta com uma brinquedoteca e oferece oficinas de arte e tardes do conto." Luli Brinquedos Educativos. Av. Leôncio de Magalhães, 540, Jardim São Paulo, tel. 2972-3683. Seg. a sex.: 9h às 18h30. Sáb.: 9h às 18h.
Tatuapé
Christine Castilho Fontelles, 45 - RG: cientista social e diretora de educação do Instituto Ecofuturo (foto Beatriz Toledo Folha Imagem)
Em 1996, a família de Christine montou uma árvore-de-natal na sacada do apartamento. Com receio de que a decoração estivesse discreta, decidiram passar de carro pela rua para conferir. Estava lindo, e o primeiro Natal dos Fontelles no Tatuapé foi inesquecível. Hoje, a decoração natalina da casa de Christine está mais "sofisticada", com muitos produtos comprados no bairro. "A rua Itapura tem tudo de que preciso, já ouvi dizer que é a Oscar Freire da zona leste."
pomar de presente
"É o lugar certo para comprar de sementes a árvores. É um espetáculo! Impossível entrar e sair sem alguma coisa. Comprei a minha árvore-de-natal lá. É bonita, 'gordinha' e estava num preço ótimo (R$ 18 a R$ 120, cada uma). Para deixar o Natal mais doce, indico mudas frutíferas. Acho superlegal presentear com árvores, e as pessoas não se tocam de que isso é possível." Tatuapé Garden. Av. Salim Farah Maluf, 2.211, Tatuapé, tel. 2227-8500. Seg. a sáb.: 8h às 18h. Dom.: 9h às 18h. Informações no site http://www.tatuapegarden.com.br/.
mimos artesanais
"É um pedaço de Minas Gerais em São Paulo. Na pequena e simpática loja, você encontra guloseimas e artesanatos. São balas, bolachinhas, queijos, geléias e cachaças. Tem também enfeites e objetos de decoração feitos de palha. Um charme!" Empório Mineiro. R. Martin Pescador, 37, Tatuapé, tel. 2675-0905. Seg. a sáb.: 9h às 18h.
brincar e educar
"A loja de brinquedos educativos tem preços acessíveis. Dispõe de uma boa variedade de produtos. Não possui muitos livros, mas os que vende são de boa qualidade. É bem organizada. Oferece um ambiente gostoso e um atendimento gentil." Arlequim. R. Serra do Japi, 1.427, Tatuapé, tel. 2671-8708. Seg. a sex.: 9h30 às 19h. Sáb.: 10h às 19h.
para a meninada
"O espaço vende roupas e acessórios para bebês e crianças. De lá, tenho um porta-retrato que, de um lado, você coloca a foto da criança e, do outro, imprime a digital do bebê em uma massinha branca (R$ 135). Não é barato, mas vale o preço, e a loja é 'show'." Babies & Co. R. Itapura, 1.479, Tatuapé, tel. 2094-4572. Seg. a sáb.: 10h às 19h.
vale pegar o carro
"Na primeira vez em que fui com a minha filha, ela disse: 'Eu moraria aqui'. Tem um monte de 'bijus' e acessórios legais, mas o que mais chama a atenção são as bolsas superdiferentes e customizadas (R$ 106 a R$ 392). Parecem figurino de teatro!" Olha que Linda Bijoux. R. José Paulino, 93, Bom Retiro, tel. 3222-6060. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 8h às 16h. Dom.: 9h às 14h.
Centro
Guilherme Sant'Anna, 54 - RG: ator
(foto Beatriz Toledo Folha Imagem)
Desde que veio do Rio para São Paulo, em 1986, Guilherme escolheu o centro da cidade como lar. Morou primeiro na avenida Vieira de Carvalho e, depois, mudou-se para a rua Rego Freitas. Há quatro anos, comprou seu apartamento dos sonhos de frente para um "oásis de tranqüilidade no meio da loucura da cidade", o largo do Arouche.
velho oeste
"Gosto desta loja de roupas por causa do estilo. É bem moderna e tem artigos interessantes e diferenciados. Indico as calças xadrezes, que são bem cortadas e em modelos nada caretas (R$ 150 a R$ 189)." Ricardo Ribeiro. Pça. da República, República, tel. 3120-3276. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb.: 10h às 17h.
estilo africano
"Uma loja única. O foco em produtos africanos a destaca de todas as outras. É uma 'miniembaixada' da África. Quase tudo é proveniente da Nigéria. Sou apaixonado por máscaras, e o local tem uma boa variedade. Sem contar as roupas, com padronagens belíssimas. Dá vontade de se vestir apenas com as coisas de lá!" Mãe Africa. Pça. da República, 137, República, tel. 3231-4480. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 15h. Informações no site http://www.maeafrica.net/.
drinque natalino
"Por ser muito perto da minha casa, sou cliente desta loja de bebidas há anos. Os preços são muito bons. Há uma diversidade grande de vinhos e de champanhes. Além disso, também conta com biscoitos amanteigados, castanhas, amêndoas e nozes. Neste Natal, eles prepararam diversas cestas com o tema danças populares." Beale Bebidas. R. Rego Freitas, 52, República, tel. 3337-0899. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 9h às 16h.
utensílio chique
"Em funcionamento há 76 anos, a casa é especializada em cristais. São utilidades domésticas chiques, sabe? A última coisa que comprei lá foi um conjunto maravilhoso para fondue (a partir de R$ 41)." Casa Leipzig. R. do Arouche, 50, República, tel. 3333-3626. Seg. a sex.: 9h às 19h. Sáb.: 9h às 14h.
vale pegar o carro
"Excelente loja de fábrica especializada em roupas de balé e ginástica. Quase tudo o que uso em minhas aulas é de lá. Oferece produtos que o pessoal de teatro com certeza vai gostar de ganhar como presente." Capezio. R. Agostinho Gomes, 1.537, Ipiranga, tel. 2272-9677. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 13h. Informações no site http://www.capezio.com.br/.
PONTO E VÍRGULA - Aquecimento global
Prefeito pede aos turistas que evitem a cidade
Jamil Chade
A cidade de Veneza enfrenta sua pior inundação em 22 anos. Ontem, praticamente todo o centro histórico da cidade italiana foi tomado pelas águas. A maré subiu 1,56 metro acima do nível do mar. O recorde foi registrado em 1966, quando a água chegou a 1,90 metro acima do nível do mar.
A inundação de ontem forçou a população e os turistas a andar com água na altura dos joelhos. Pelo menos 40% da cidade ficou alagada e na Praça de São Marco - um dos pontos mais baixos da cidade - havia 80 centímetros de água.
A "acqua alta", como os italianos chamam o fenômeno, foi provocada pelas fortes chuvas dos últimos dias e pela neve que caiu no norte da Itália.As autoridades temem que 90% da cidade - fundada no século 5º em meio a vários canais - possa ser inundada nos próximos dias, algo que não ocorre desde 1979.
As autoridades pediram aos turistas que evitem visitar a cidade e aos moradores que não saiam de casa. O prefeito de Veneza, Massimo Cacciari, aconselhou as pessoas que planejam viajar à cidade a desistir da idéia, a não ser que seja imprescindível. "Trata-se de uma maré excepcionalmente alta", explicou.
A Unesco alertou há um ano que a cidade era um dos patrimônios culturais mundiais ameaçados pelas mudanças climáticas. Há anos Veneza vem tentando se proteger da elevação do nível do mar. Estão sendo estudados vários sistemas, com custos bilionários.
(matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, edição de 2 de dezembro de 2008).
+ Leia sobre o pacote de metas do governo brasileiro para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
EM CARTAZ - SANTA CATARINA
No último domingo (30 de novembro), no no suplemento Mais! do jornal Folha de S. Paulo foi publicado um artigo do professor Wagner Costa Ribeiro, que aproveitamos para reproduzir aqui no blog, na íntegra, em virtude da discussão sobre negligência.
+Sociedade
Tragédias de verão
Enchentes em Santa Catarina decorreram de negligência em vários níveis, mas autoridades sempre recorrem à desculpa da "fatalidade"
WAGNER COSTA RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Todo verão é a mesma coisa. Chuvas fortes geram desastres, quando não catástrofes, com grandes prejuízos materiais e, o pior, mortes. Muitas, como é o caso em Santa Catarina neste ano.
A banalização do risco é uma das características da sociedade contemporânea. Tem gente que nem se dá conta da presença dele. Quando o evento ocorre, parece ser uma novidade, algo inesperado, sobre o qual nada se poderia fazer. Tudo vira "fatalidade".O apelo à ciência é imediato.
Autoridades rapidamente sacam números para afirmar o exagerado volume de água que caiu sobre uma parcela do território brasileiro em curto período de tempo.
Meios técnicos
Ainda que ele esteja acima da média, não se pode argumentar que chuvas intensas sejam desconhecidas no país.
Na literatura técnica e científica encontram-se vários registros de eventos extremos como o que se abateu no Estado do Sul do Brasil, o que indica que é possível imaginar que possam ocorrer novamente.
Além disso, o país dispõe de meios técnicos para acompanhar o movimento de uma massa de ar e calcular quando chegará a uma determinada localidade com alguma precisão, o que confere alguma previsibilidade ao trágico acontecimento. A dimensão catastrófica que o problema assume decorre da presença de população em áreas de risco, o que remete necessariamente às ciências sociais e aplicadas.
Explicar por que pessoas moram ou instalam atividades produtivas em áreas que deveriam estar sem uso não é possível por meio das ciências da natureza. É preciso combinar aspectos sociais, históricos, culturais, geográficos, políticos, emocionais e econômicos para entender o povoamento de uma determinada localidade que gera risco.Encostas íngremes e várzeas são áreas de risco socioambiental. No primeiro caso, quando apresentam elevada declividade, não podem ser usadas para a instalação de habitações, ainda mais quando não cumprem os mínimos requisitos técnicos.
"Mar de lama"
O "mar de lama", expressão muito usada por parte da população afetada pela catástrofe que atingiu o país, resulta da saturação do solo -o qual, mais pesado do que em sua situação normal, simplesmente escorrega sobre a rocha que o sustenta, levando tudo aquilo que se encontra nele.
Trata-se de um movimento natural que não pode ser contido nem mesmo com barreiras artificiais, como as inserções de concreto armado ou teias de contenção, que, quando muito, o retardam.
O mesmo se pode escrever para áreas de expansão natural dos cursos d'água, as várzeas, que cumprem a função de receber fluxos intensos de água em períodos de elevada pluviosidade. As várzeas também não poderiam estar ocupadas com vias, estabelecimentos comerciais, prédios e residências das mais variadas ordens.Naturalmente um rio se espraia sobre a várzea e alaga essa área, que lhe pertence, ainda que, de acordo com o estatuto jurídico, ela tenha sido retalhada em lotes urbanos, dando a falsa idéia que a propriedade da área é de um citadino.
Com o argumento de proteger a propriedade, aqueles que ocuparam áreas que deveriam estar livres para acolher processos naturais sazonais apelam ao Estado, que passa a ser o culpado pela chuva forte e, principalmente, por não ter se antecipado e evitado prejuízos e mortes.
Ora, o Estado não pode controlar a chuva! A dinâmica que gera uma tempestade está longe de ser regulamentada por políticas públicas.
Porém, cabe ao Estado se antecipar e proteger a população de acontecimentos como os que ocorreram, mas cabe, antes de mais nada, impedir a ocupação de áreas de risco.No caso brasileiro, nos diversos níveis de governo, o Estado não cumpre nenhuma das duas funções a contento, salvo algumas exceções.
O que caberia ao Estado para evitar catástrofes?
Antes de mais nada, impedir a ocupação de áreas de risco.
Uma vez ocupadas, promover a remoção da população, ao menos nas situações mais graves, que podem ser levantadas em períodos de estiagem.
Depois, promover ações que acomodem os intensos fluxos esporádicos de água, como reter água nas cabeceiras ou nas várzeas (o piscinão é uma das alternativas técnicas, que também pode gerar dificuldades se não for monitorado), recuperar as matas ciliares e, nas cabeceiras, reintroduzir espécies originais em encostas íngremes, entre outras medidas técnicas.
Planos de prevenção
Mas a principal medida seria treinar a população para que deixasse suas casas e locais de trabalho em casos de situações-limite quando ocupam área de risco.
Para tal, é preciso estabelecer um plano de evacuação, que deve ser acionado desde que um evento extremo esteja confirmado por técnicos do Estado.
Eles devem informar a ocorrência antecipadamente a representantes da Defesa Civil das localidades a serem afetadas, que devem orientar o abandono da área, em uma ação combinada entre diversos níveis de governo.
Enquanto o risco for negligenciado ou, mais grave, omitido pelas autoridades públicas à população, só restará lamentar perdas humanas e materiais.
Porém, como alertou o sociólogo alemão Ulrich Beck há mais de dez anos, a sociedade de risco desenvolveu uma capacidade reflexiva sobre sua condição que pode levar a uma mudança de atitude.
No caso brasileiro, resta a esperança de que essa catástrofe gere ao menos mais reflexão e ações para evitar sua repetição nos próximos anos.
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WAGNER COSTA RIBEIRO leciona no departamento de geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, onde coordena o grupo de estudos de ciências ambientais do Instituto de Estudos Avançados. Escreveu "Geografia Política da Água" (ed. Annablume).